Grande parte das pessoas com sobrepeso ou obesidade deseja emagrecer por diversas razões, como saúde, estética ou autoestima. Por que elas não perdem peso, então? Em teoria, é extremamente simples fazê-lo. Qualquer que seja a dieta, o princípio que leva ao emagrecimento é apenas um: o indivíduo deve ingerir menos calorias do que gasta. Há dois caminhos para alcançar esse fim: diminuir o consumo de calorias por meio da dieta ou aumentar seu gasto calórico fazendo mais exercício físico. Idealmente, ambos devem ser feitos durante o tratamento. A aparente simplicidade para conseguir tal objetivo faz com que a sociedade frequentemente culpe a pessoa com sobrepeso ou obesidade pelo seu próprio destino.

No entanto, infelizmente perder peso – e manter esta perda – não é de maneira alguma algo trivial, como bem sabem as milhares de pessoas que tanto buscam esse objetivo e falham.

A prevalência da obesidade tem aumentado em todo o mundo nos últimos anos. No Brasil, de acordo com os dados da VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) realizado em todas as capitais brasileiras, estima-se que mais de metade da população esteja com excesso de peso ou obesidade. A obesidade interfere não apenas na duração e na qualidade de vida, mas apresenta implicações diretas na aceitação tanto pessoal quanto social dos indivíduos.

Muitas vezes o ganho de peso ao longo dos anos está atrelado a complicações emocionais, hormonais e metabólicas, o que torna o processo de emagrecimento complexo. Dessa forma, não há como esperar resultados imediatos, no entanto, uma conduta que busque estabelecer mudanças de comportamento alimentar para a vida (e não só para emagrecimento momentâneo) é o caminho mais eficaz para ótimos resultados a longo prazo, afinal, ninguém quer emagrecer e depois ganhar aquele peso em 6 meses, não é mesmo?

A minha forma de conduzir as pessoas que buscam o emagrecimento é inicialmente entender os motivos que a levaram a acumular esse peso ao longo dos anos. Identificar as causas, gatilhos emocionais, traumas, comportamento alimentar disfuncional, crenças e questões sociais/familiares que permeiam a pessoa. Para acessar essas informações, a minha escuta acolhedora é essencial, visto que as pessoas que buscam o emagrecimento muitas vezes já sofreram por conta disso (até mesmo com outros profissionais da área da saúde).

A partir de uma escuta ativa, explicarei tudo o que for necessário para que a pessoa entenda como será o processo de emagrecimento guiado por mim, visto que eu apenas mostro o caminho e as ferramentas para alcançar esse objetivo. Em conjunto com o paciente, estabeleceremos um plano alimentar e metas de acordo com as preferência alimentares, rotina e horários. Esse processo precisa ser respeitoso, sem restrições malucas, com muita disciplina e foco.